terça-feira, 23 de março de 2010

O tipo de pessoa que eu sou

Não sou nenhum exemplo de boa conduta. Acho mesmo que nunca quis ser. Confesso que nunca vi muito charme nas pessoas excessivamente coerentes.À parte disso, sou boa amiga, solidária e muito leal.

Sim, eu sou estranha. Ouvi samba de manhã, dancei sozinha, falei sozinha; coisas que sempre repito. Não faria nada disso na frente de alguém, mas, pra ficar ainda mais estranho, estou aqui contando.

Agora me peguei às voltas com essa pergunta estúpida na cabeça: que tipo de pessoa eu sou? Coloquei o Sinatra pra tocar e vim aqui resolver isso. Acho que é culpa da tarde que termina. Acho que, por mais brega que pareça, parte da minha luz vai embora quando o dia acaba. Gosto do dia.
Tá aí...sou o tipo de pessoa que gosta do dia, de samba e de Jazz. O que também não significa que eu não goste da noite...até gosto bastante. Ah, não preciso escolher, não é? É relevante dizer que eu costumo acordar de muito bom humor, a não ser que eu tenha sido acordada por algum barulho, subitamente, sem tempo para me despedir do sono.

Quando chego em casa, ligo a TV, o som, o computador e acendo todas as luzes. Tem dias que a música é de fossa mesmo, não vou fazer tipo. Tem dias que curtir a fossa é quase uma modalidade esportiva pra mim. Acho que sou tataraneta do Lupicínio Rodrigues.
Tem dias que eu já me olho por dentro e sei que música de fossa não é boa idéia. Parece paradoxal, mas não é. Acompanhem comigo. Só dá pra curtir fossa se você estiver com o espírito fortalecido e os ânimos serenados. Isso se você entende que estou falando de uma fossa voluntária, com algum prazer que só Freud explicaria. Ou seja, quem curte fossa como eu é, na verdade, um forte disfarçado de frágil.
Nos dias realmente tristes, eu que não sou louca e nem quero gastar mais com análise, sei que o melhor é acordar com música dançante, na tentativa de forjar pra si mesma uma euforia. Acredite, funciona! Você começa fingindo que está feliz, cantarola 3 ou 4 versos parecidos com “agora quem não quer você sou eu...” e em questão de uma hora você já está feliz. Quando atinjo esse ponto, aproveito e vou ver gente, andar na rua, ver a cidade em movimento. Pode ser também que eu escolha um filme, de última hora, e vá assistir.

Pois é, puxando desse parágrafo de cima, lembrei que sou do tipo que ri e canta alto; do tipo que faz análise e está sempre pensando em sair dela, mas não tem coragem. Também brigo com a terapeuta se acho que não mudei nada nesse tempo todo. “Eu vou parar com essa droga! Diz aí pra mim uma coisinha sobre a qual eu tenha melhorado?! Anda, diz!”.

Há meia hora eu estava escrevendo a minha bendita dissertação e comecei a ficar encasquetada com as coisas que aconteceram durante a semana. Logo abandonei o arquivo importante e parti para esse aqui, o arquivo...o arquivo....bem, não sei que definição dar.
Receio que, em algum tempo, eu tenha escrito cem crônicas e minha dissertação esteja uma porcaria. Como dizia uma amiga minha do passado: “quero ser cientista, mas tenho alma de romancista”. Aí complica o meio de campo.

Falando em romance e também em falta de coerência, acho que sou uma prática muito romântica ou uma romântica muito prática. Não consegui ainda me enquadrar em um dos dois e nem decidir qual deles manda mais em mim. Também estou com preguiça de detalhar esse raciocínio, então vou partir pra outro.

Pensando bem...partir pra outro?
Também sou do tipo que encerra as coisas sem explicação, só porque deu vontade.

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